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TECNOLOGIA PEDAGÓGICA



Afinal, o que é tecnologia educacional?




     Nunca se falou com tanta freqüência, e de modo tão genérico e impreciso, em tecnologia educacional.

   Com a chegada da informática nas escolas, uma expectativa tornou-se crescente: os computadores finalmente vieram para revolucionar o ensino?

      No entanto, ao longo dos últimos - e poucos! - anos que temos de experiência com as mídias e software disponíveis fomos descobrindo, muitas vezes a duras penas, que não basta ter computadores e software na escola: é preciso algo mais, inclusive de natureza diferente desta mídia, por mais versátil que ela possa parecer à primeira vista, para que se produzam ganhos significativos nos processos educacionais, contando com tais recursos.

      A imprecisão e impropriedade como a que se verifica na nomeação de um conceito como o de Tecnologia Educacional não é meramente uma questão semântica. Passa, afinal de contas, a se constituir em um reducionismo, obstruindo possibilidades efetivas na elaboração de aulas e processos educacionais mais consistentes e ricos.

   Uma parte de tudo aquilo que não é tecnologia educacional.

  • Computador não é tecnologia educacional
  • Software não é tecnologia educacional
  • Livro não é tecnologia educacional
  • Apostila não é tecnologia educacional
  • Sala com computadores com ou sem ar condicionado, não é tecnologia educacional
  • Discurso sofisticado não é, necessariamente, Tecnologia Educacional
  • Videocassete não é tecnologia educacional 
  • O enferrujado projetor de slides que quase ninguém mais usa não é tecnologia educacional
  • Giz e apagador não são tecnologias educacionais em extinção
  • Nem o pobre quadro-negro também o é...
       Afinal, então: o que é tecnologia educacional?

   Tecnologia Educacional ou Tecnologias Educacionais: apenas uma questão semântica, ou o estado de criação e aplicação de uma arte?

   Vamos descobrir algumas possíveis respostas a esta pergunta, ao longo de nossa jornada. Neste momento vamos propor uma questão para você, leitor (a).

    Suponha que durante o final de semana tenhamos nos deparado com o seguinte problema:

    “Durante uma visita ao sítio de alguns amigos somos incumbidos de acender o fogo para a churrasqueira. Já nos informaram onde está o álcool, a lenha e o fósforo. Por ser um dia de outono, venta forte. Apesar disso, vamos animadamente cumprir a importante e prazerosa missão, mas... tentamos acender o fogo de um jeito, e não conseguimos! Tentamos de outro e... também não conseguimos. Começamos a ficar incomodados e, já meio sem jeito, alguém nos pergunta se está tudo bem e dizemos que sim. Mas o vento continua soprando forte e o fogo não pega!. Agora já estamos impacientes. Como resolver o problema, efetivamente?”

     Assim como nós, todas as vezes que alguém se depara com um problema – a menos que simplesmente o abandone – tende a buscar para ele alguma solução. Provavelmente devemos ter imaginado o que teria de ser feito para acender o fogo para o churrasco, apesar do forte vento dificultar nossa intenção. É possível que tenhamos pensado numa forma de envolver o carvão com jornal, proteger a chama do fósforo, perguntar para o dono da casa se havia álcool na forma de gel, enfim, tentamos e encontramos pelo menos uma solução satisfatória, embora não única, para o problema de dar início à queima do carvão. 

     Utilizamos o exemplo acima para destacar que quando criamos uma solução para um problema construímos conhecimento. Se a solução mostra-se eficaz, para um número significativo de casos semelhantes, então estamos diante de uma tecnologia! O conhecimento é produzido como resposta a um problema, como menciona Gaston Bachelard , em sua obra: "O novo espírito científico". Uma tecnologia é uma solução elaborada que pode ser aplicada em situações-problema semelhantes. Assim já temos uma primeira pista e referência: tecnologia pode ser entendida como um sinônimo para solução, solução que pode ser aplicada a um problema ou a um conjunto deles.

    Podemos também começar a perceber através deste simples exemplo que uma tecnologia está vinculada à solução de um problema e esta solução produz conhecimento. Deste modo – estamos buscando aqui apresentar o tema com simplicidade, embora fugindo de simplismos – é freqüente acontecer que o conhecimento científico, produzido como resposta a um dado problema acabe por estimular a criação de aplicações, viabilizadas através de novas tecnologias, isto é, soluções. A invenção da válvula eletrônica, por Lee de Forest, em 1905, por exemplo, foi a base para a criação do rádio que ocorreu poucos anos depois. O problema de enviar mensagens a grandes distâncias e de modo muito rápido foi resolvido pela tecnologia das radiocomunicações. Do mesmo modo, a lógica binária criada por Charles Babage, por volta de 1860, seria a base para a tecnologia da computação quase cem anos depois, tempo em que ninguém pode disso suspeitar.

     Neste ponto nos enriquecerá conhecer e refletir sobre a etimologia da palavra Tecnologia: tecn(o) do grego techno – de téchné ‘arte ou habilidade’, que se documenta em alguns compostos formados no próprio grego (como tecnologia) e em muitos outros introduzidos a partir do século XIX na linguagem erudita; logia - log(o) derivado do grego ‘palavra, estudo, tratado, conhecimento’ .

    Pelo exposto, podemos inferir que uma tecnologia é uma solução, dentre outras tantas possíveis, a um dado problema ou conjunto deles. Portanto já começamos a perceber que não existe uma única tecnologia educacional, mas tecnologias, isto é soluções resultantes do enfrentamento de problemas. Tecnologia também denota, como a origem grega do termo referencia, o conhecimento de uma arte e será esta, para a Educação, a definição que melhor nos servirá de base para uma nova concepção operacional.

http://www.direcionaleducador.com.br/capitulo-2-e-agora-professor/afinal-o-que-e-tecnologia-educacional


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